segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Diferente...

Era uma vez uma joaninha que nasceu sem bolinhas.
Por isso ela era diferente. E as outras joaninhas não ligavam para ela. Cada qual com suas bolinhas, diziam que ela não era uma joaninha.
A joaninha ficava triste, pensando nas bolinhas e no que poderia fazer: comprar uma capa de bolinhas? Ou quem sabe, ir embora para bem longe, muito longe dali?
Ela pensava e pensava...
Sabia que não seriam as bolinhas que diriam se ela era uma joaninha verdadeira ou não.
Mas as outras não pensavam assim!
Então ela resolveu continuar sua vida de joaninha sem bolinhas sem se importar com o que as outras pensavam.
E um dia as joaninhas se reuniram e resolveram expulsar do jardim aquela que para elas não era uma joaninha.
A joaninha, porém, sabia que era uma autêntica joaninha, mesmo sem bolinhas, e teve uma ideia! Contar tudo para o besouro preto, que é parente distante das joaninhas. Após conversar com o besouro, os dois decidiram ir à casa do pássaro pintor contar tudo o que estava acontecendo.
O pássaro pintor teve então uma ideia. Pintou com capricho o besouro, que ficou parecendo uma joaninha de verdade!
E lá se foram os dois para o jardim: a joaninha sem bolinhas e o besouro disfarçado.
No jardim, ninguém percebeu a diferença. E festejando, receberam a "nova joaninha".
A joaninha sem bolinhas, que a tudo assistia de cima de uma folha, pediu um minuto de atenção e, limpando a pintura que disfarçava o besouro preto, perguntou:
- Quem é a verdadeira joaninha?



(adaptação do livro Uma joaninha diferente, de Regina Célia Melo)

Quantas vezes nós não aceitamos o diferente? O que pensa, age e sente diferente da gente?
E mais que isso, quantas vezes agimos como as joaninhas, querendo extirpar aquele que julgamos ser uma aberração, por não ser como nós?
Com que direito podemos fazer isso? O mundo por acaso é exclusividade nossa?
Fica a reflexão!

Beijocas diversificadas!

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